Introdução:

A pandemia  acelerou a adoção do trabalho em home office, transformando-o de uma prática esporádica para um modelo de trabalho dominante em muitos setores. Com essa mudança, as prioridades das pessoas ao escolher onde morar também passaram por uma profunda transformação. Veja como o trabalho em home office está redefinindo a escolha do local para morar, respaldado por dados e estatísticas recentes.

A Ascensão do Trabalho em Home Office:

Antes da pandemia, o trabalho em home office era uma realidade para uma parcela pequena da população. De acordo com uma pesquisa realizada pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), no Brasil, antes da pandemia, apenas 5% dos trabalhadores atuavam remotamente. No entanto, durante a pandemia, esse número saltou para 20%, mostrando mudança significativa no modelo de trabalho.

A Mudança de Prioridades na Escolha de Moradia:

Diminuindo a necessidade de estar fisicamente perto do trabalho, muitos trabalhadores começaram a repensar suas escolhas de onde morar. De acordo com um estudo da Zillow, uma das maiores plataformas de imóveis nos EUA, 75% das pessoas que passaram a trabalhar remotamente consideram mudar para áreas menos povoadas, buscando mais espaço, tranquilidade e contato com a natureza.

Além disso, pesquisa da PwC mostrou que 55% dos entrevistados estavam dispostos a se mudar para locais mais afastados das grandes cidades, desde que pudessem continuar trabalhando remotamente. Essa tendência reflete uma mudança significativa, onde fatores como qualidade de vida, espaço e custo de vida se tornaram mais importantes do que a proximidade do local de trabalho.

Aumento na Demanda por Espaço:

Estudo do National Bureau of Economic Research (NBER) revelou que a demanda por imóveis em áreas maiores aumentou substancialmente. Entre os entrevistados, 67% afirmaram que, se tiverem a opção de continuar trabalhando remotamente, preferirão casa com escritório dedicado e mais espaço ao ar livre, em vez de um apartamento em área urbana adensada.

No Brasil, essa tendência também é evidente. De acordo com dados da Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (ABRAINC), houve aumento de 35% na procura por casas em regiões afastadas dos grandes centros urbanos desdea  pandemia. Isso indica que o home office não apenas mudou a forma como trabalhamos, mas também como e onde queremos viver.

Impacto no Mercado Imobiliário:

O mercado imobiliário está se adaptando a essa nova realidade. De acordo com relatório da Deloitte, as construtoras estão priorizando projetos que ofereçam mais espaço externo e interno, com áreas dedicadas ao home office, em resposta à crescente demanda dos consumidores. Além disso, a busca por imóveis em regiões suburbanas e rurais tem crescido, refletindo o desejo das pessoas de fugir da agitação das grandes cidades.

A Busca por Qualidade de Vida:

Outro dado relevante vem de pesquisa da Urban Land Institute, que mostra que 70% dos trabalhadores remotos valorizam mais a qualidade de vida do que o salário, ao escolher onde morar. Isso inclui acesso a espaços verdes, menos poluição, e uma comunidade mais tranquila. Essa mudança de foco é uma das razões pelas quais o trabalho em home office está incentivando muitas pessoas a se mudarem para áreas que oferecem uma melhor qualidade de vida.

Conclusão:

O trabalho em home office está não apenas mudando a forma como as pessoas trabalham, mas também redefinindo as prioridades ao escolher onde morar. Com a liberdade de não precisar estar diariamente presente no escritório, mais pessoas estão optando por locais que oferecem mais espaço, tranquilidade e qualidade de vida. Essa tendência tem impacto direto no mercado imobiliário e nas dinâmicas urbanas, com uma crescente demanda por imóveis em áreas menos povoadas e mais conectadas à natureza. O futuro da moradia está sendo reescrito, e o trabalho em home office é um dos principais agentes dessa transformação.